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GT 50 - Narrativas em performance: experiência, subjetivação e etnografia | Imprimir |  E-mail

Luciana Hartmann(UnB) e Vânia Zikán Cardoso (UFSC)Coordenadoras
Esther Jean Langdon (UFSC)


Narrativas têm sido objetos privilegiados de análise na Antropologia.  Apesar desta centralidade, narrativas são tratadas, frequentemente, como fonte de dados, uma dentre outras categorias de objetos a serem coletados, tornando-se assim uma questão a ser discutida no contexto dos métodos do trabalho de campo. No entanto, a própria concepção do que são narrativas, os critérios a partir dos quais estas tornam-se foco da análise antropológica, assim como a compreensão da relação entre narrativas, sujeitos, cultura e sociedade, variam de acordo com as diversas perspectivas teóricas da Antropologia. Para tratarmos a narrativa como um problema verdadeiramente antropológico, é, então, necessário considerá-la como uma questão epistemológica - e não apenas metodológica.


Seja qual for nossa perspectiva sobre narrativas, elas são, antes de tudo, formas mediadoras do significado. Longe de serem formas discursivas neutras, narrativas são formas discursivas que engendram significados no complexo ato politico-social em que um narrador narra eventos para uma audiência (Stewart, 1996; Bauman, 1986).  Narrativas, enquanto formas epistemológicas locais, assumem diversos modos de dramatizar significados, localizar sujeitos, experenciar o mundo, produzir a individuação e a coletivização, constituir o real etc.


É a partir desta problematização da narrativa, tanto do seu estatuto enquanto objeto de análise antropológica como prática discursiva dos sujeitos etnográficos (antropólogos e nativos) , que buscamos fomentar reflexões em que narrativas não são tomadas como instrumentos passivos de descrição ou representação do mundo, mas são compreendidas como tendo papéis constituintes do próprio mundo narrado. Neste sentido, a discusssão aqui proposta está em diálogo com as várias perspectivas teóricas que provocaram um desvio do olhar antropológico dos estudos da narrativa enquanto textos, para uma atenção aos processos locais, dialógicos, tensos, heterogêneos e contraditórios, através dos quais tanto  o texto como o contexto narrativo emergem em performances narrativas (Bauman e Briggs, 2008).


Este Grupo de Trabalho pretende oferecer um forum que avance o debate em torno desta conceituação de narrativa. Para tanto, buscamos reunir pesquisas etnográficas que considerem narrativas não apenas na perspectiva de reprodução ou de espelhamento da vida social, mas que problematizem seu papel na invenção da cultura (Wagner, 1981), ou seja, enquanto uma forma discursiva que reflete e age sobre os discursos, códigos, relações, convenções, orientações, forças e afetos que compõem aquilo que chamamos de ?cultura?.  Questões como a intertextualidade, performance, texto/textualização, contexto/contextualização, corporalidade, criatividade, subjetivação, experiência, etnobiografia, metanarrativa, socialidade, poética e política, dentre outras, serão tematizadas nesta problematização da narrativa.


Buscamos então reunir trabalhos que, inseridos em distintos contextos sociais, geográficos, políticos, étnicos e estéticos, tenham em comum esta reflexão sobre o papel da narrativa e do ato de narrar na constituição da vida social e na construção da experiência e subjetividade.


Leia, de Luciana Hartmann, "Corpos e/em Conflito".