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CENTENÁRIO de LILA RIPOLL - Experiência Pedagogica | Imprimir |  E-mail

Experiência Pedagogica


Pesquisa Semântica
Elementos Simbólicos, Presentes na obra de Lila Ripoll

Nadja Boelter da Rosa

Nos versos poéticos de Lila Ripoll tudo é vida e sonho: é como se o corpo estivesse aqui bem perto e a alma andasse por terras mais distantes. Ficam impressões de tristeza solvente nas alegrias passageiras.

A dor lírica entra pelo umbigo, fisga nossas vísceras e vai percorrendo o resto do corpo até encontrar o peito sufocado.

Cada palavra é um toque ritmado, com tom de rima, às vezes, mas sempre sonoro. Quando acaba o poema, volta a idéia, “quedando” a ternura - isto é Lila Ripoll!

- “Devia o sonho ser eternidade”:
* pelo ANJO: indicando guarda e companhia.
* pelo CRAVO: a variação de formas e de cores.
* pela ESTRELA: o pensamento iluminado.
* pela LARANJEIRA: a continuidade da infância.
* pelo MANJERICÃO: o aroma, o tempero, a medicina.
* pela ROSA VERMELHA: a beleza eterna.
* pelo SOL: a grandeza e a força.

Trabalho realizado pelos alunos da 6ª série 61 do CIEP.
Projeto de Ensino “No centenário de Lila Ripoll: dizer, ouvir e reproduzir imagens na poesia como um exercício da imaginação.”

Junior Alfredo Guterres Dávila.
Pâmela Viviane Pinto Rodrigues
Luana da Silva Guterres
Saiandra Tavares da Silva

Ao pé do Ouvido
Para Lila Ripoll onde estiver

Tua voz foi tua vez.
O amor em sílabas
As idéias de prova!

Mais uma vez...
o que tantas vezes tantas
não te delegaram]com força de voz;
santificaste toda vez
a alma dos objetos
a mão de quem carregou o estandarte
da pele, dos ossos, do sangue
num viva a LIBERDADE!
E, tu gritaste o sinal vermelho da vida
pelas que tombaram,
cem vezes tantas,
mesmo sem vez!

Nadja Boelter
2000


UM CUERA NA CAPITAL
José Antonio M. Cabarro
Quaraí

Tinha ganas de conhecer a capital
Porém medo de deixar minha cidade
Que por sua simplicidade
Palmo a palmo já conheço
Sei quase todos os preços
Do comércio e do varejo
Mas me apertava um desejo
De me ir sem endereço.

Peguei meu poncho, meu pala
E a mala de garupa
e me arranquei num upa
Direto pra Rodoviária
Ví o A B C ali na área
Prontito me esperando
Então já fui gritando:
Da-lhe rédeas na porqueira.

Saimos asfalto a fora
Em direção ao Catí
Já deixamos Quarai
N’a terra cento por centos
Cruzamos Livramento
Em direção a Rosário
Sempre dentro do horário
Conforme o regulamento.

Lá perto de São Gabriel
Senhores, peguei no sono
só me acordei em pantano
Um pouco meio assustado
Pensei que tinha chegado
Já queria me apear
Um teve que me explicar
Que faltava um bom bocado.

Seguiu o “Pata de Goma”
Pongendo pelo asfalto
Daqui a pouco, lá no alto
Fumaças e chaminé
Eu gritei, claro que é
Tem que ser a capital
Aqui dentro me sinto mal
Me larguem que vou de a pé.

Já foi aquele alvoroço
Alí dentro do A B C
Isso o senhor não vai fazê
Me disse o motorista
Se lhe largo aqui na pista
É falta de responsabilidade
Espero chegarmos a cidade
Então, eu largo o “artista”.

Passamos um baita açude
Com a taipa iluminada
Era alí a grande cruzada
Pra entrar na capital
Era o Guaiba esse tal
De açude afamado
Que muitos tem se banhado
E pescado de anzol.

Redonda como argola de laço
É a rodoviária onde cheguei
Confesso que me apeei
Entre ressabiado e sastroso.
E num gesto todo orgulhoso
Enveredei porta a fora
E, arrastando as esporas
Me fui conhecer o povo.

Atravessei a passarela
E me fui a Rua da Praia
Ví moças de mini saia
Ví prendas de macacão
Ví barbados de calção
Ví gente de toda a laia
Só não ví na Rua da Praia,
Sanga, toalha e sabão.

Dobrei a Borges de Medeiros
Era aquele entreveiro
De luz acesa o letreiro
E ônibus buzinando
Uns tauras atravessando
A tal faixa de segurança
E chinócas abananando as tranças
Que iam se REBOLEANDO.

UM CUERA NA CAPITAL

Passei debaxo de um Viaduto
O da Duque de Caxias
E ligeirito me ia
Como capão pra consumo
Passei lá nos Açorianos
E na José do Patrocínio
Pois sou bom de raciocínio
Mas as vezes perco o RUMO

Subi a Sarmento Leite
Meio perdido, meio átoa
E entrei na João Pessoa
Metendo casco e lenha
Me fui em direção da Azenha
E, pra não perder o embalo
Parei no HOMEM A CAVALO
Pra perguntar de onde vinha.

Notei uma coisa estranha
Que o Homem não respondia,
Perguntei pra uma guria;
Porque não fala este cuera.
Ela respondeu na hora:
Seu moço, ESTÁTUA NÃO FALA
Dei de mão na minha mala,
E já me arranquei embora.

Andei lá pelo Partenon
E na avenida Ipiranga
Onde atravessei uma Sanga
Com asfalto dos dois lados
Ví carros enfileirados
Por topos becos e ladeiras
Esperando a sinaleira
Troço “mui Bien controlado”

Depois fui ao Beira Rio
A atração da Capital
Fui assistir a um GRE-NAL.
E deu a tal confusão.
Vinte e dois homens de calção
Sempre em derradeira briga
Corriam atrás de uma bexiga
Não sei quem tinha razão.

Depois de assistir o jogo
Juntei todos os meus trapos
Fui lá pra Avenida Farrapos
Pedir o laço emprestado
Praquele indio parado
O famoso Laçador;
Que com fama de pialador
Me deixou entusiasmado.

Dei uns pialos de cucharra
Depois devolvi-lhe o laço.
E aquí lhes deixo um abraço,
Sim, um abraço bem bagual
Para os CUERAS DA CAPITAL
Gaúchos de simpatia
Que aceitam minha poesia.
Como um laço fraternal.

Autor:
JOSÉ ANTONIO MACHADO CANABARRO (Zéca)