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Uma leitura do conto "Sem Rumo" | Imprimir |  E-mail

(Campo fora, de Cyro Martins)


Graças à cumplicidade com a personagem principal, o narrador engana o leitor e faz com que ele viva com o pequeno Nilo suas maiores aventuras. Visualiza os imensos pampas umedecidos por uma garoa fina; ouve quero-queros, rãs, corujas; se emociona com pequenos prazeres.

Montado no cavalo do guri da fronteira gaúcha, o leitor empaca. As palavras regionais - "a cola de chita"-, pequenos obstáculos, apresentam um mundo culturamente mais próximo da Argentina, do Uruguai, do que do Brasil. O bom leitor dá uma espiadela no dicionário e volta a sua cavalgada.

Agora, ele atravessa um rio, sua montaria "agarra nado". A personagem da mãe entra em cena: a magia é quebrada. O herói transporta-se para o papel de vítima; o narrador carrega o leitor para o papel de torcedor.

O dia feliz de Nilo é substituído por uma angustiante noite, não menos cinematográfica. Com a escuridão, chegam os seus mistérios. O canto do pássaro se transforma num grito horripilante. O guri não quer ouvir mais nada. O "gajo" da tarde encolhe-se. Assume seu corpinho de criança.

Corre. O caminho que suas pernas lhe permitem percorrer lhe traz mais medo. E a luz dos vaga-lumes? Não é nada. Desordenada, traz mais pavor.

A noite cega Nilo. Cruel, o narrador abandona o soluçando. Fiel, o leitor torce para que a mãe do piá ofereça um naco de fumo pra o Negrinho.


Luciane Toffoli Auzani


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