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Cyro Martins 100 Anos
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                                                    Convívio com Cyro Martins

     

                                                                                  Ronald Pagnoncelli de Souza*

             Depois de contatos eventuais, acabei sendo honrado com a amizade de Cyro Martins. Ai pudecertificar-me da simplicidade, do gosto que tinha em reunir os amigos para um “papo frouxo” e agradável onde sempre deixava à sua mulher (a fantástica Zaira) a responsabilidade de preparar deliciosos quitute.

              

               Em Atlântida, no período de verão, fazia questão de receber os amigos e visitá-los, quando não estava concentrado escrevendo algo, de que não fazia segredo: “agora estou trabalhando num romance... e relatava alguma passagem”... parece que testando o interesse dos amigos, procurando uma aprovação. Cyro não precisava disso, mas como todo o escritor, carregava a modéstia de não ter certeza do agrado do leitor, apesar de tantos livros e tantos ensaios científicos publicados. Sem dúvidas, foi o psicanalista que mais divulgou os conceitos da psicanálise aos colegas de outras áreas e aos demais profissionais e interessados. Cyro tinha também a preocupação em dar força e prestigiar seus amigos. Certa ocasião eu escrevi um artigo, que foi publicado na Zero Hora, sobre o Instituto do Câncer Infantil. Cyro teve a gentileza de telefonar cumprimentando-me. Eu lhe disse que vindo dele não havia maior elogio. Também ao telefone fiz uma referência ao fato de precisar rever o texto uma 10 vezes. Ele me tranquilizou dizendo que ainda lia umas 3 vezes. São dessas coisas que não se espera que chegam muito oportunas. E não se tratava de algo gratuito só para me agradar, porque fez comentários muito apropriados. Era muito justo. Sabia fazer críticas construtivas. Indiscutivelmente foi o psicanalista que mais divulgou os conhecimentos científicos, coisa que muito me ajudou ao exercer a clínica pediátrica, pois quase me voltei para a psicanalise e meus trabalhos, bem como os meus livros estão impregnados de conceitos psicanalíticos. Na verdade sempre me pautei pela compreensão dinâmica dos quadros clínicos que me traziam para o estudo.        

                  

                    Fazendo parte de nossa amizade, fomos visitar o filho de Cyro, emLondres, onde preparava seu doutorado. Cláudio é um sujeito alegre e muito bem humorado. Estava muito bem alojado, coisa não muito fácil em Londres, porque, para nós, lá é tudo muito caro. Recebeu-nos com uma enorme cortesia, mostrou-nos muitos locais noturnos agradáveis, foi quando assumimos o compromisso de não relatar a seu pai o desejo muito grande, naquele momento, de permanecer na Inglaterra, pois estava gostando muito e havia alguns convites altamente sedutores para ficar. Ainda bem que calamos, porque Cyro ficaria doente. Cláudio, realmente, decidiu voltar e lutar aqui na nossa terra, ao lado do pai que muito o queria, apesar das dificuldades crescentes e a desvalorização da medicina em nosso meio..

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    * Médico Pediatra/Hebiatra