EDITORIAL

Durante a maior parte do século passado, a expressão Doença Mental era o eufemismo generalizado para nomear da psicose à esquizofrenia, aos transtornos bi-polares ou maníaco-depressivos. Na virada deste século, parece haver um certo alento para os males da alma. Independente das pílulas milagrosas, aquele eufemismo vai dando lugar aos devidos nomes. E a expressão Saúde Mental emerge assumindo um significado aceito nos meios científicos, se alinha a estudos do comportamento e chega aos leigos quase como sinônimo de qualidade de vida, aspiração que paira no imaginário cotidiano como um avatar, como ideário a ser seguido ou mesmo simples desejo de dias melhores para corpos e mentes, receosos até da palavra felicidade.

Que recursos oferecem a Ciência, a Filosofia, a Religião, a Arte, o Humanismo para minimizar as fomes múltiplas que nos assaltam, carentes que somos de respostas tranquilizadoras; que novas janelas se abrem para romper o isolamento da desinformação, superar o desamparo da ignorância, o assombro da violência?

Os Autores deste Número 10 da CELPCYRO maturaram seus conhecimentos auscultando o que e quem os cerca. Mais que respostas à criança irresolvida que ainda somos, seus escritos nos dão o que pensar, acrescentando algo muito especial a essa busca da Saúde Mental, a utopia possível, enquanto suscitam um diálogo com a visão humanista de Cyro Martins.

Maria Helena Martins
Outubro de 2003

SAÚDE MENTAL e COMPORTAMENTO

1. O AUTISMO E SUA RELAÇÃO COM A PSICANÁLISE
Wanderley Manoel Domingues - Neurologista, Psiquiatra e Psicanalista

2. RELIGIOSIDADE E PSICOTERAPIA
Sérgio Paulo Annes – Psiquiatra e Psicanalista

3. A FELICIDADE PROMETIDA - SEGUNDO ERNST BLOCH
Suzana Albornoz – Professora de Ciências Humanas e Escritora