Projeto FRONTEIRAS CULTURAIS (BRASIL - URUGUAI - ARGENTINA) |
Fronteiras Culturais | ||||||||
Olinda Allessandrini com composições pampianas
INTRODUZINDO O PROJETO
Há um impedimento básico para o desenvolvimento das cidades fronteiriças aí situadas: talvez por estarem na periferia dos respectivos países, elas se tornaram desmerecidas, à parte dos pólos catalisadores e centralizadores culturais. No entanto, os laços brasileiros com os platinos são históricos e, apesar dos inevitáveis percalços, subsistem de forma harmoniosa e amadurecem vínculos, ao ritmo lento do passar do tempo nessas cidades. Isso acontece mais pelo convívio natural do que pela consciência de ser essa uma condição propícia para valorização, criação e incremento de uma produção cultural que revigore esses lugares. Algo tão importante ou mais que demandas oficiais como as do MERCOSUL, diretamente ligadas a interesses político-econômicos.
Investir no fortalecimento cultural de uma região enfraquecida pela precariedade de condições de vida pode parecer paradoxal, mas esse investimento se baseia no princípio da auto-estima: (re)conhecendo-se, as comunidades podem aprender a se valorizar e a criar alternativas, de sobrevivência cultural - envolvendo educação, saúde, habitação e demais benesses do bem-estar social -, que podem levar à expansão e conquista de novos espaços, tal processo beneficiando o desenvolvimento geral.
O projeto Fronteiras Culturais (Brasil - Uruguai - Argentina) parte dessas considerações para identificação, fomento e difusão cultural, pesquisa e extensão, abrangendo os três países referidos. Propõe-se, simultaneamente, a incentivar práticas culturais locais e investigar suas especificidades e similitudes, promovendo o auto-conhecimento e o intercâmbio. Tal proposta se relaciona com a constatação de aspectos semelhantes da vida das populações das cidades fronteiriças do Rio Grande com cidades uruguaias e argentinas. Muitos deles cultivados através da história compartilhada e de alianças sociais (quando não familiares) , os quais serão abordados a partir da história, geografia, literatura, linguagem, dos costumes em geral. Pretende-se, para tanto, envolver no projeto diferentes faixas sócio-culturais e econômicas das comunidades, sendo o livro Campo fora, de Cyro Martins, em edição bilíngüe português-espanhol, e as leituras que leitores dessas cidades fazem dele o desencadeante do processo de pesquisa e práticas culturais.
Campo fora/Campo afuera
Campo fora/ Campo afuera é a obra catalisadora das práticas e pesquisas a se desenvolverem na Etapa Inicial do projeto. Seguir-se-ão atividades outras, com obras de autores uruguaios e argentinos, a serem escolhidos por participantes de seus respectivos países. Assim, estudos comparativos e leituras contrastivas de fronteira, se efetivam. Potencializam-se averiguações e indicação de outros níveis e direções de pesquisa, buscando valorização local, intercâmbio de práticas culturais e artísticas das comunidades, difusão das realizações para outros centros urbanos. Essa a razão pela qual este projeto tende a se transformar em programa e a se prolongar por outras etapas.
PROCEDIMENTOS
PESQUISA DE CAMPO OFICINAS Preconiza-se que ambas as frentes estejam voltadas para vivências de fronteira em diferentes áreas, manifestações culturais e artes, favorecendo (re)conhecimento de peculiaridades e desenvolvimento de potencialidades de cada contexto quanto a escolhas temáticas, metodológicas, organizacionais, ritmo de trabalho. Em função dessa dinâmica, se tornam necessários acompanhamento e análise, periódicos, dos procedimentos de coordenação, das atividades práticas e de pesquisa. Daí a importância da exposição e avaliação continuada de realizações, impedimentos, mudanças de percurso, tanto da parte de pesquisadores quanto de membros das comunidades participantes. Sempre prevendo levar esses trabalhos ao público em geral e a outros estudiosos, possibilitando, assim, realimentação mútua, transformando-se o projeto, gradativamente, em estudos sistemáticos e em fazeres autônomos das comunidades e de indivíduos que atingiu.
PATROCÍNIOS, PARCERIAS, APOIOS
Já estão envolvidos com o projeto o Governo Federal/Ministério da Cultura (Lei Rouanet); Governo do Estado do Rio Grande do Sul/Secretaria de Estado da Cultura/Instituto Estadual do Livro; Instituições de Ensino Superior do Brasil e do Uruguai; Secretarias Municipais de Cultura e de Educação do Rio Grande do Sul. Contamos com o apoio efetivo do SESI-RS/FIERGS, a parceria da Secretaria de Estado da Cultura e do Instituto Estadual do Livro; a RBS TV nos propõe cobertura do projeto. Ainda buscamos patrocinadores, parceiros e outros apoios, os quais poderão se beneficiar da Lei de Incentivo à Cultura do MINC e da LIC RS.
Porto Alegre, 1o. semestre de 2000 Maria Helena Martins Criadora e Coordenadora do projeto Fronteiras Culturais (Brasil -Uruguai - Argentina)
Material bibliográfico básico constituído no decorrer do projeto, desdobramentos registrados em vários eventos nacionais e internacionais e em outros livros de seus participantes, bem como outras fontes: - Fronteiras Culturais (Brasil -Uruguai – Argentina). Vários Autores. Maria Helena Martins(org).São Paulo. Ateliê Editorial. 2002. - Pampa e Cultura: de Fierro a Netto. Ligia Chiappini, Maria Helena Martins, Sandra Pesavento (Orgs).Porto Alegre, Editora da UFRGS/Instituto EStadual do Livro, 2004. - Cone Sul: Fluxos, Representações e Percepções. Ligia Chiappini e Maria Helena Martins. São Paulo, Hucitec, 2006. Links Relacionados: - Transgredir Fronteiras, por Donaldo Schüler - O Drama da Fronteira e Cultura Fronteiriça - Projeto Fronteiras Culturais em Livramento e Rivera - 2001 - Revelações Culturais da Fronteira |